Traquinas da Vida

Esses traquinas, esses sempre em pé que não param de saltar, que pulam, que invadem o espaço teatral em busca do eldorado de um fascínio envolto em neblina de piratas e ventanias perdidas. Entreabrindo-se ao vento redentor com sua demanda pela jovial verdade do sentir da pequenez, eles saltam e eles coaxam. Saltam porque ao alto seu espanto vê mais. Coaxam porque coaxar é bom, porque sentem que são capazes de o fazer, porque o seu progresso é a sua criatividade e o seu sonho é manter o prazer da descoberta em primeira mão. É olhar, é entreabrir, é sentir a curiosidade, invadir e gritar porque os balões não podem durar para sempre. Os balões são para soprar e para pisar. Romper, com tradições e reviravoltas. Juntar ao sempre vivo o sempre bom. Renascer mais uma vez, mais um dia, porque ser criança não é para sempre e amanhã a aventura ainda regressa.