Aniversário, dia a leste do paraíso, noite a oeste da esperança.
Dia que aconchega, dia que se sente ausente, que traduz as expectativas num solene encanto de boémia existencial.
Neste dia, deixas de querer ou saber, deixas de ir e vir, apenas existes aqui, neste segundo que me faz ler estas linhas.
Leia-se então a vivência, trazendo as novas e as festas, os sonhos e as promessas num presente solto até de madrugada.
Irás ser, irás fazer surgir num só folêgo, numa só jornada fulminante tudo aquilo a que pertences.
Num só querer, poderás presenciar o destino acompanhada por todos.
Aqui e agora, és tu, sempre tu. Vamos, traz os amigos, junta uma festa, rodopia, celebra, canta, encanta, dança, sente, rodopia mais e agora. Usa a tua voz, usa o teu corpo, bem alto, bem alto! E grita, grita sobre, e porque não, uiva, destrói o momento, destrói o momento com o estrondo a que este dia te assiste.
Não pares, não respires, não dialogues contigo sequer.
Este dia é teu, este dia é nosso, é vivo, é aqui, é assim.
Nesta terra desconhecida.

Altos desejos que se juntam na virtude de um apontamento encenado. Ela esconde aquilo de mais sagrado e aquilo de mais volátil. Entre eles o corpo separava-se em dois palmos e no momento a aproximação era total. Nada se podia afigurar mais belo ou sublime. Conhecendo a existência que apreciavam os demais e por si demonstrada, seria inevitável. Era tudo transforme, tudo sublime, tudo se apresentava na mais moderna transfiguração por si encontrada. No encontro, o recontro esperava a capacidade de elevar o espírito ao sentido mais elevado, à esquina mais temperada da alma, figurando no alcance de uma mão, de um deslumbre, de uma poesia ao ouvido no encontro da saudade. Um boçal desejo deu origem a um intenso prazer, da realidade mundana, ao som da água que cai, tudo se podia agora afigurar, longamente breve.