Visão Distópica da Utopia

Utopia! Centro encantatório de uma manifestação de felicidade total, orgulho ancestral que parece nunca mais acontecer, findo dos tempos de um percurso meandrante de uma humanidade enganada, albergue nocturno daqueles que não conseguem viver. Utopia! Afinal o quê? Afinal para quê? Centro de expansão ou centro de inspiração halucinante? Real sentido de coragem ou pura tristeza encapsulada em esperança vã? Qual dos dois caminhos seguirá o homem na sua jornada em direção ao nenhures da plenitude!? Apex de uma nova forma de vida entregue aos deuses, essas são as razões de descoberta que não parecem conduzir a lado nenhum, vitórias e demoras alongadas em livros e escritos durante gerações rasgando o papel e a tinta em carruages de palavras alinhandas com os carris do infinito, risos e sentimentos cruzados em demanda de uma só voz que tenha a coragem relevante para um fim e uma causa, nobrezas pobres no seu primeiro canto que ecoam letras de inspiração que chegam aos ouvidos moucos de pessoas cansadas, pontos de encontro de mais um dia que chega e se faz acontecer em prol de um futuro que passa, que delonga-se em expectativas, que assume a construção de castelos no ar com fundações de querer.

Forma-se uma palavra e dai advem-se um sentido, larga-se assim perante o dicionário e perante as multidões exultantes mais um conjunto de sentimentos empacotado que fazem eco às inquitações humanas. Devolve-se ao espírito uma definição e com isso teima-se em querer acabar com o problema. Aqui está! Utopia! Está feito! Está declarado! Assim fica a nossa exultação para sempre gravada em pedra. Gerações irão aprender, gerações irão arfar pelo ar que respira esta palavra e irão encontrar refúgio na sua definição. Irão ler e irão assim suavizar suas dores. Irão ler e assim teimar em pensar que sentem.

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